Portentoso e altaneiro

Esse blog é uma homenagem ao samba "Ciência e Arte", de Carlos Cachaça e Cartola, composto para o enredo da Mangueira de 1947. Carioca meio paulista, gosto mais de gente que de bicho, curto livros, cinema, música, poesia, viagens, comes e bebes, e um bom papo. Aqui vou postar minhas opiniões sobre assuntos do cotidiano. Quem quiser compartilhar, esteja à vontade!

14.6.05

Mar de lama

Tentei não tocar no assunto até agora, mas não dá pra viver no Brasil com um mínimo de posicionamento político e ficar imune a essa podridão que veio à tona com as denúncias contra o governo do PT.

Tudo bem que sempre convivemos com corrupção em todas as esferas, dentro e fora do poder, no serviço público e na iniciativa privada. Mas, apesar de conviver com isso, não consigo achar normal. Ainda mais, sendo justamente num governo do PT.

Desde 1989 (“meu primeiro voto”), venho dando meu voto de confiança aos candidatos do PT, de vez em quando ao PV ou PCB (é na minha época era assim, não tinha essa de PPS), por acreditar que o nosso país é muito bom pra viver nessa miséria.

Mas, desde a posse do Lula, em 2003, acho muito escrota essa união do PT com esse bando de calhordas do PTB, PL, PP... tudo em nome da “governabilidade”. Fala sério! Um bando que sempre esteve por cima da carne-seca: na ditadura, apoiando o PFL do Sarney, o PRN do Collor, o PMDB do Itamar, o PSDB do FHC e agora, até o PT! Como sanguessugas, que só querem continuar mamando nas tetas da viúva. Tava na cara que isso não ia terminar bem.

Posso ainda me decepcionar muito, mas mantenho a esperança. Afinal de contas, quem coloca os mandantes lá, na câmara, no senado e no palácio, somos nós. Essa é a maior arma que temos. Quem sabe um dia ainda aprendemos isso.

E por falar em escolher bem, essa semana estava lendo a entrevista do Fernando Gabeira
na Veja. Ele abandonou o PT em outubro de 2003, por discordar dos rumos que o governo tinha tomado já nos primeiros 9 meses de poder. Tenho uma relação muito especial com esse sujeito. O Gabeira, assim como o Zuenir, com seus respectivos “O que é isso companheiro” e “1968, o ano que não terminou”, foram os responsáveis pela minha iniciação política. Acompanhei sua trajetória de jornalista-guerrilheiro-seqüestrador dos anos 60, passando pelo ex-exilado-hippie-de-tanga dos 70, pelo escritor-político-verde-legalize dos 80/90, até o senhor muito moderno dos dias de hoje, que luta pela ecologia, pela qualidade de vida e pela ética. Eu sempre o respeitei e admirei pelas posições em cada um dos momentos acima e, principalmente, por não ter vergonha de mudar, mantendo a sua essência.

Barato total, Gilberto Gil

Quando a gente tá contente / Tanto faz o quente, tanto faz o frio, tanto faz / Que eu me esqueça do meu compromisso / Com isso ou aquilo que aconteceu dez minutos atrás / Dez minutos atrás de uma idéia / Já deu pra uma teia de aranha crescer / Sua vida na cadeia do pensamento / Que de um momento pro outro começa a doer / Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá / Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá / Quando a gente tá contente / Gente a gente quer pegar / Barata pode ser um barato total / Tudo que você disser deve fazer bem / Nada que você comer deve fazer mal / Quando a gente tá contente / Nem pensar que está contente / Nem pensar que está contente a gente quer / Nem pensar a gente quer / A gente quer é viver.

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